PORTFÓLIO

Flávia Schiochet

JORNALISTA

Flávia Schiochet

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Moro em Curitiba e tenho experiência como repórter de gastronomia e de comportamento, editora de soft news e de planejamento editorial para publicações de nicho. Interesso-me por reflexões sobre comer, cozinhar e a relação do ser humano com seu entorno. Escrevo reportagens, resenhas, crônicas e ensaios jornalísticos, parte deles publicados em minha newsletter independente, a fogo baixo.

Foto: Maria Coelho

Estudei Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (2007–2010), fiz pós-graduação em jornalismo literário pela Faculdade Vicentina/Academia Brasileira de Jornalismo Literário (2013–2014) e mestrado em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (2016–2018). Abaixo, apresento meus textos preferidos em reportagens, entrevistas, resenhas de livros, perfis e textos literários, como narrativas de viagens e crônicas.

Ministro cursos livres desde 2015: Construção de Sabores para o Paladar Vegetariano, Leites Vegetais e Leites Vegetais para Cafeterias, Como Escrever Sobre Comida e Clube da Escrita Gastronômica.

Respondo aos e-mails enviados para schiochetflavia@gmail.com e compartilho um pouco da minha rotina profissional e novidades sobre os cursos livres pelo Instagram.

GASTRONOMIA

[2021] Segunda onda da erva-mate toma corpo no Sul do Brasil

Esta reportagem recebeu 1º lugar da categoria internet e o destaque regional Curitiba e RMC do Prêmio FIEP de Jornalismo 2022.

Foto: IG Mathe/Divulgação

Pouca coisa mudou em dois séculos de exploração comercial da Ilex paraguariensis. O beneficiamento deixou de ser feito pelo próprio produtor, que começou a vender a erva in natura para as indústrias, cuja capacidade de processo é de 1 milhão a 2 milhões de quilos por dia. Mudaram a escala e a tecnologia envolvidas, mas perfis tradicionais seguem firmes: algumas ervateiras continuam usando a fumaça no primeiro estágio; e na secagem, pode-se mudar o tempo e a temperatura para desidratar a folha.

Todas essas variáveis alteram substancialmente o resultado final. Não há, porém, uma sistematização do que cada um desses processos aporta em aroma e sabor. “Cada indústria decide como quer seu produto final porque conhece seu público. Por mais atualizado que esteja o maquinário nas ervateiras, houve pouca inovação na cadeia”, analisa André Zampier, sócio da Manos e Hermanos Erva-Mate, empresa de produção cultural e eventos. Em 2018, Zampier abriu uma matteria em Curitiba, onde comercializava diferentes tipos de erva-mate para chimarrão, chá tostado, drinks e utensílios especializados.
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[2019] Aquafaba, água do cozimento de grão-de-bico, substitui clara de ovo em drinks

O mixologista Vinícius Kodama finaliza um drink com canela queimada. Foto: Munir Bucair Filho/Divulgação

Desde a descoberta fortuita de Joël Roessel, um culinarista e blogueiro francês, os vegetarianos passaram a guardar a água de cozimento de leguminosas. A aquafaba, líquido espesso resultante após o cozimento de feijões e de grão-de-bico, é rica em proteínas e tem substituído o ovo em preparos de confeitaria desde 2015 — em suspiros, suflês, merengues e macarons. (…)
A “mágica” acontece porque, quando agitadas, as proteínas envolvem bolhas de ar. Quanto mais se bate, menores ficam as bolhas, aumentando o volume da clara de ovo ou da aquafaba — e viram clara em neve. Nos coquetéis, no entanto, não é preciso atingir esse ponto.
A presença de um ingrediente cítrico dá estabilidade às proteínas, mantendo o drink “em pé” por mais tempo. “A aquafaba dá uma textura cremosa mais leve que a clara de ovo e você atinge um público maior, porque o drink é próprio para veganos”, avalia Rafael Welbert, mixologista do Balaio IMS, restaurante do chef Rodrigo Oliveira no Instituto Moreira Salles de São Paulo.
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[2019] Típico bombom paraense ganha cobertura de chocolate fino

Os bombons paraenses são encontrados em todos os pontos turísticos de Belém e são o souvenir gastronômico mais acessível da cidade. Foto: Carlos Borges/Divulgação

A força das bombonzeiras (como são chamadas as mulheres que fazem bombom) no imaginário do turista e no cotidiano do belenense é tão forte que o governo do Pará enxergou nas doceiras uma nova posição estratégica para divulgar o chocolate amazônico e aumentar seu consumo no mercado interno. “A bombonzeira é como a baiana do acarajé, uma personalidade em si”, define Luciana Centeno, engenheira de alimentos e coordenadora de mercado da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará (Sedeme — PA).
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[2019] Conheça o "pão de cacau", o chocolate rústico da Amazônia

Dona Nena, produtora de chocolate rústico da Ilha do Combu. Foto: Carlos Borges/Divulgação

Antes de ser a produtora de cacau e chocolate mais famosa do Pará, Izete Costa, queria aprender a transformar a receita de chocolate rústico da família em cobertura para seus bombons. Foi assim que ela conheceu o chef Thiago Castanho, dos restaurantes Remanso do Peixe e Remanso do Bosque, e descobrir que justamente a barra irregular, pedaçuda e feita à mão era muito mais interessante gastronomicamente.
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[2019] A carne do futuro está nos laboratórios e, em breve, no fogão da sua casa

Futuro Burger servido na Lanchonete da Cidade, em São Paulo. Foto: Carol Gherardi/Divulgação

As foodtechs se baseiam principalmente em dois principais processos para criar seus produtos: fazer uma composição celular similar à de origem animal com moléculas vegetais; e o segundo, a reprodução do tecido muscular e gordura a partir de células-tronco. E ambas podem usar de leveduras e bactérias geneticamente modificadas, como para reproduzir as moléculas estruturantes vegetais ou os filamentos de carne.
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[2019] Jenipapo, a fruta brasileira que deixa tudo azul

Ovos nevados de jenipapo e cumaru do Corrutela. Foto: Vania Krekniski/Arquivo pessoal

Como quase toda fruta verde, o jenipapo não é saboroso. Amargo e sem aroma, o trunfo de prepará-lo antes de amadurecer é conseguir uma coloração que pode ir do azul acinzentado ao índigo, obtida pela presença de genipina na polpa e casca do fruto. A substância é incolor, mas quando em contato com oxigênio, proteínas e sob calor, dá o tom azulado aos preparos. (…)
A sobremesa inspirada na clássica île flottante do chef Cesar Costa, do restaurante Corrutela, em São Paulo, ficou famosa pela tonalidade: três merengues flutuantes em um creme inglês azul escuro, apoiados em uma farofa doce. (…)
A fruta é fermentada em salmoura por uma semana, triturada e desidratada. O processo é feito em grandes quantidades — de quatro a cinco quilos por batelada — e a proporção usada é de 15 gramas para um litro de creme inglês. “Tentei tirar algumas vezes do cardápio, mas sempre procuram pela sobremesa azul”, revela o chef. Apesar da cor intensa, o sabor do jenipapo não aparece.
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[2019] Farinha de trigo orgânica do Paraná é a preferida de chefs e padeiros do Brasil

Esta reportagem foi finalista do Prêmio FIEP de Jornalismo 2019.

Pão de fermentação natural feito pelo chef Cesar Costa, do restaurante Corrutela, com trigo orgânico integral do Paraná. Foto: Nani Rodrigues/Divulgação

Mais do que sabor ou aroma marcantes que diferem do trigo convencional, o interesse dos cozinheiros profissionais no trigo orgânico é pelo fomento à agricultura familiar e no frescor do ingrediente, que é moído em pequenos lotes, com pouco tempo de estocagem. O Paraná tem tradição de cultivar cereais mais rústicos, como centeio, por causa da variação de clima e temperatura, especialmente na Região Metropolitana de Curitiba e Campos Gerais.
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ENTREVISTAS

  • Andoni Aduriz, chef do Mugaritz (País Basco), restaurante com duas estrelas Michelin e entre os 50 Melhores do Mundo desde 2006
  • Bel Coelho, chef do restaurante Clandestino
  • Michael Pollan, jornalista e escritor americano sobre alimentação e indústria alimentícia
  • Bela Gil, culinarista e apresentadora de televisão
  • Gaggan Anand, chef indiano cujo restaurante, Gaggan (em Bancoc, Tailândia), foi quatro vezes eleito o melhor da Ásia
  • Rodrigo Oliveira, chef do restaurante Mocotó
  • Virgílio Martinez, chef do Central (em Lima, Peru), restaurante entre os melhores da América Latina
  • Alberto Landgraf, chef do Oteque (Rio de Janeiro) e ex-chef do Épice (São Paulo)
  • Raíza Costa, confeiteira e apresentadora de televisão
  • Renato Amatuzzi, mestre em História Medieval e pesquisador da alimentação no período
  • Yukio Hattori, diretor da Hattori Nutrition College, no Japão, e integrante do conselho de chefs G11
  • Breno Klamas, vitivinicultor brasileiro com pequenos vinhedos na Áustria

[2018] Por que comer insetos ainda parece tão estranho?

Saúva compõe a entrada de purê de batata-salsa do restaurante Banzeiro, do chef Felipe Schaedler, em Manaus. Foto: Divulgação/Restaurante Banzeiro

Aqui no Brasil, larva de vagalume na manteiga; farofa de formiga içá; larvas de turu (inseto que consome madeira podre) vivas. “A cultura indígena brasileira foi suplantada pela cultura dos europeus, especialmente mais próximo do litoral. Comer insetos é normal no interior do país, mas causa estranhamento para o brasileiro de grandes metrópoles do século 21”, afirma Cintia Rolland, coordenadora do curso de gastronomia da FMU — Complexo Educacional, em São Paulo.
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[2018] O termo "alta gastronomia" não existe

A diferenciação entre gastronomia e cozinha não é à toa: os termos não são sinônimos. O termo gastronomia passou por uma transformação ao longo dos anos. Na origem da palavra, seria o “estudo e observância das leis do estômago”. “Atualmente o termo gastronomia inclui as produções agroalimentar, cultura alimentar, todos os processos dentro disto, os insumos, a preparação e a distribuição. Também envolve questões éticas e experiência de consumo”, define Vander Valduga, professor e pesquisador em alimentos e bebidas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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[2018] Kefir de leite chega à cozinha de restaurantes

Kefir de leite, uma colônia de micro-organismos que se alimenta de lactose, o açúcar contido no leite. Foto: Bigstock

Dentre os usos mais comuns para a fermentação a partir do kefir de leite estão amaciar carnes, acrescentar acidez a gorduras como manteiga e nata e iniciar fermentação de queijos ou pães junto do levain (femento natural) ou mesmo substituindo-o.
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[2018] A arte do detalhe: os bastidores da profissão sushiman

Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Estima-se que, fora do Japão, existam mais de 50 mil restaurantes especializados em sushi. São milhares de mãos trabalhando com precisão, dia a dia, para limpar, curar e porcionar peixes, cozinhar arroz, fatiar gengibre, pepino, ralar nabo. Manter a cozinha impecável. E, delicadamente, montar uma série de peças de sushi, que serão devoradas em um bocado.
Mestres na arte do detalhe, os sushimen estão entre os profissionais de cozinha mais recentes no mercado de gastronomia. Os primeiros restaurantes japoneses abriram em meados dos anos 1990, logo após a abertura do Brasil para produtos importados. Shoyu, variedade de arroz, alguns pescados e temperos começavam a entrar no país e tornavam possível o preparo de sushi e sashimi.
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[2018] Cafeicultores e baristas se unem por um café especial no Brasil

Patrícia Borges, cafeicultora da Mantiqueira de Minas, em seu terreiro de café onde seca a colheita seletiva manual. Foto: Flávia Schiochet

São Gonçalo do Sapucaí (MG) — […] Assim como Maria [Mion, barista e instrutora da Specialty Coffee Association (SCA)], outros profissionais “da cidade” vão à roça entender por quais processos passa o café que vendem. Junto dos cafeicultores, torram e provam os cafés da safra, descrevem as notas encontradas, analisam as melhorias necessárias para tornar o grão em uma bebida mais limpa e desenham estratégias para alcançar um novo público. A parceria é um passo importante para que o café especial de pequenos e médios produtores brasileiros seja consumido também em casas (e cafeterias) do país.
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[2017] Mulheres assumem lavoura e fazem crescer produção de café especial no Paraná

Mulheres produtoras de café do Norte Pioneiro do Paraná. Imagem cedida por José Bispo Rezende

O Norte Pioneiro não começou a produzir café especial há quatro anos. A orientação de técnicos, compradores e baristas existia, mas não era levada muito a sério. “Os homens estão à frente da maioria dos sítios e fazendas e não davam muito valor, porque queriam produzir quantidade e não ter tanto trabalho. Commodity sempre vende”, relembra Thais Machado Vidal, de Japira, representante do Norte Pioneiro na IWCA e a quarta geração de cafeicultores em sua família.
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[2017] Cítrico e floral, pólen acrescenta acidez a pratos de chefs

Pólen de abelhas nativas brasileiras. Foto: Felipe Arnoso/Melíponas

“Eu brinco que é uma trufa brasileira, tem sabor potente e marcante”, define Gabriela Carvalho, chef e sócia-proprietária do Quintana Restaurante, em Curitiba. “O aroma lembra uma mescla de flores e dá para sentir uma leve acidez. Na boca, aguça as papilas gustativas e tem um toque de frutas amarelas, pode ter uma nota de laranja, carambola”, descreve a chef.
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[2017] Está faltando baunilha em fava no Brasil. Entenda o porquê

Foto: Ana Gabriella Amorim/Gazeta do Povo

Em 2016, a safra da baunilha foi fraca, mas com a devastação do ciclone Enawo em Madagascar em março de 2017, a previsão é que a escassez da especiaria se mantenha por mais dois anos. O ciclone foi o mais forte registrado em 13 anos no país que é o principal exportador de baunilha em fava do globo: cerca de 80% sai da ilha africana. No mesmo período, multinacionais como Nestlé, Hershey’s e Wholefoods começaram a trocar os aromatizantes sintéticos pela fava de baunilha e valorizar seus produtos, e um grande volume de baunilha em fava foi para poucas mãos.
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[2017] Brasil tem produção pequena, mas premiada, de azeite de oliva

Os olivais estão concentrados nos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais e começaram a ser implementados de meados dos anos 2000 em diante. A produção ganha volume ano a ano e o pouco tempo de experiência, no entanto, não significa baixa qualidade. “Os produtores têm colocando as safras no mercado principalmente a partir de 2016. Temos mais de 15 empresas produtoras de azeite no Rio Grande do Sul, muitas participando de concursos internacionais e sendo premiadas, como a Prosperato e a Batalha”, cita Maria Beatriz Dal Pont, sommelier de azeites.
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[2016] Ovo de concreto, a nova velha técnica para vinificação

“A filosofia de trabalho destes produtores não se encerra no recipiente de vinificação. Eles negam um processo industrial de elaboração do vinho e defendem uma bebida feita em escala humana. A adoção de ovos de concreto também está diretamente ligada ao manejo biodinâmico do vinhedo e revestido de um discurso simbólico forte: o ovo é vida, o ovo é a forma perfeita”, analisa Wagner Gabardo, sommelier e professor da escola Alta Gama.
A técnica reconfigura o exclusivo no mundo do vinho. Enquanto um tanque de inox tem volume a partir de 5 mil litros, um ovo de concreto pode conter 600 ou 900 litros — o que explica o valor acima da média de alguns rótulos.
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[2016] Por que chefs famosos viraram garotos-propaganda?

O estranhamento se deu pelas marcas serem representadas por pessoas que defendem ingredientes selecionados e de pequena escala, muito diferente de uma produção industrial: a Seara é a maior processadora de frangos do Brasil e a segunda do mundo, com 86 milhões de toneladas processadas por ano. A Sadia, pertencente à BRF, mesmo grupo da Perdigão, diz ter processado 4,2 mil toneladas de carne em 2011. Somado a isso, ambas vendem ultraprocessados, como nuggets, apresuntados e outros frios.
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[2016] Entre técnicas europeias e ingredientes locais, confeiteiros brasileiros procuram por identidade

Sonhos de maracujá feitos por Karyne Iancóski, da Bazar Doce. Foto: Alexandre Mazzeo/Gazeta do Povo

Há quem diga que ainda é cedo para falar de autoria, uma vez que muitos dos doces icônicos são versões de pratos de imigrantes, como os bolos com nata batida com açúcar e decorados com morango, o cuque e os bolos secos, sem recheio nem cobertura, para citar apenas os mais populares no Sul do Brasil. Subindo o mapa até o Nordeste, encontram-se as compotas de fruta, sobremesas de tacho, como a goiabada, o doce de leite, as sobremesas à base de mandioca, coco e milho. E a “culpada” por tudo, a cana-de-açúcar.
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[2016] Curitibano cria cervejas com leveduras brasileiras

Allan trabalha em parceria com a empresa de biotecnologia Bio4, que produziu as quatro leveduras para as cervejas brasileiras. A primeira é uma saison com perfil de maracujá, a Brasii Moqueca. Para chegar às leveduras que serão trabalhadas nas bebidas brasileiras, foram quatro anos de pesquisa. O processo começa com a escolha de uma colônia que tenha aspectos desejáveis — a de maracujá foi coletada em uma cachaçaria no interior do Paraná — e em seguida isolam-se cada uma delas para verificar suas características e quais serão aplicadas na produção de cerveja. Escolhida a levedura, ela é multiplicada e forma uma colônia de “indivíduos” idênticos.
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[2015] Em Curitiba, cozinha vegetariana caminha em direção à alta cozinha

Sobremesa de amêndoas com creme de pistache. Preparo vegano do restaurante Mahatma Gourmet. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

Grandes nomes da gastronomia como o francês Michel Bras e o americano Dan Barber dão atenção aos vegetais e seu potencial de sabor — ao lado da carne ou sem ela. Alain Ducasse, o chef mais estrelado pelo Guia Michelin, diminuiu drasticamente a quantidade de carne bovina nos pratos do restaurante do Hôtel Plaza Athénée em Paris com a justificativa de que é mais saudável e diminui o impacto ambiental — usa-se muito espaço e recursos naturais para a criação de animais. “As pessoas estão buscando comer melhor e coisas mais saudáveis. É comum em um país de pecuária extensiva como o Brasil e com a carne tão presente na cultura que ainda exista um pouco de preconceito com a cozinha vegetariana”, comenta Almiro Neto, sócio do restaurante Veg e Lev.
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[2015] Coletivo Alimentar, um espaço multifunção para pensar alimentação em Curitiba

Coletivo Alimentar nos primeiros dias de funcionamento, em 2015. Foto: Ivonildo Alexandre/Gazeta do Povo

O Coletivo Alimentar, aberto na primeira semana de agosto de 2015, não sabe bem o que é ainda — e por isso evita dizer não para novos formatos. “Estamos próximos do conceito de living lab”, explica o idealizador, Luiz Mileck: um “laboratório vivo”, com espaço para inovação e experimentação em torno de um mesmo assunto. Neste caso, a comida.

Mileck quis abrir as portas mesmo sem ter um modelo de negócios convencional. Com esta liberdade de não se definir, o Coletivo Alimentar botou para funcionar o projeto Cem Dias Sem Projeto, um período de atividade intensa (e quase diária) para decidirem o que serão quando a primeira semana de dezembro chegar.
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[2014] Pará quer desbancar Bahia na produção de cacau e de chocolates bean-to-bar

A produção de chocolates com alto teor de cacau é a aposta de agricultores familiares, cooperativas e do governo do Pará, que quer incentivar o crescimento do beneficiamento do cacau dentro do estado. Os paraenses são os segundos maiores produtores de cacau do Brasil, atrás apenas da Bahia, e estão de olho em uma tendência de mercado: a elaboração de chocolates gourmet com pouca adição de açúcar ou leite e cujo processo de transformar a amêndoa do cacau em massa de cacau é controlado pelo criador — o chamado “bean to bar”, da amêndoa à barra.
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[2014] Série de reportagens sobre orgânicos

Genovefa Haiduke, seu marido Joanim Belloti e o irmão Silvestre Haiduke: o trio produz orgânicos em Campo Largo e escoa parte de sua produção em duas feiras em Curitiba. A foto que abre este site e a que está ao lado foram clicadas por Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

Reportagens sobre produtos orgânicos produzidos e/ou comercializados na Região Metropolitana de Curitiba. A série foi publicada entre os meses de junho e agosto de 2014 na revista Bom Gourmet, da Gazeta do Povo:

1. Hortifrutis: do campo à feira
2. Produção de carne, laticínios e ovos ainda engatinha no Paraná
3. Empacotados e certificados: produtos industrializados esquentam mercado de orgânicos

[2013] Ovo mais que perfeito

Esta reportagem recebeu o prêmio Ovos Brasil de Jornalismo em 2013.

Ovo mollet preparado pelo chef Gustavo Alves, do restaurante L’Épicerie. Foto de Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Um ovo mal apoiado na bancada pode se estatelar no chão num piscar de olhos. Tudo nele é cuidado: desde a coleta e armazenamento até o breve romper da casca — umas batidinhas rápidas no meio do ovo e voilà! — e o tempo no fogo, seja em óleo ou água. “Quanto mais simples o prato, mais dificil é fazê-lo. Não dá para esconder um defeito na confecção”, sentencia o chef Junior Durski, do restaurante Durski e da rede Madero. Ele é severo ao julgar um bom ovo frito: deve ser feito em panela anti-aderente e com pouquíssima manteiga, o suficiente para deslizar o ovo até a clara ficar firme e a gema no ponto desejado: mole, mas não crua. Casquinha embaixo é defeito; a clara deve ser branca e uniforme.
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INFOGRÁFICO

Hierarquia na cozinha moderna

Crédito: Infografia/Gazeta do Povo

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CRÔNICAS [2015]

Ilustração: Felipe Lima/Gazeta do Povo

Em defesa da sopa

"Para a argentina Mafalda, a criança com crise existencial criada por Quino, a sopa não passa de um pântano empratado. Ver um prato fumegante cheio de líquido a faz filosofar, aborrecida: “A sopa é para a infância o que o comunismo é para a democracia”. Pobrezinha."

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A um passo do canibalismo

"Quando eu era criança, acreditava que a orelha do meu irmão tinha gosto de peito de frango.

Lembro-me de um domingo especialmente tedioso em que eu corria atrás dele pela cozinha enquanto a minha mãe preparava o almoço. Ele tinha uns dois anos e andava pela casa só de fraldas, com as coxinhas (hoje sei) parecendo as lapeanas de farofa.

Subiu em um banquinho para olhar nosso quintal pela janela: uma amoreira, um pouco de brita, gramado e talvez um lagarto tomando sol. Eu tinha uns seis ou sete anos e me faltavam uns dentes de leite."

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OUTROS: reportagens, perfis e textos literários

[2018] Os caminhos e desafios da nova paternidade

Em 1890, Van Gogh finalizou uma das várias releituras de Jean-François Millet que pintou durante sua estada no Asilo Saint-Rémy, na França. O óleo sobre tela mostra uma cena no campo, em que um bebê dá os primeiros passos com o corpinho sustentado pela mãe. A alguns metros de distância, o pai a aguarda de braços abertos.

“Esse quadro é uma síntese dos papeis: a mãe cuidando e o pai encorajando”, descreve a pediatra Jussara Varassin, integrante da Sociedade Paranaense de Pediatria e com 40 anos de experiência em clínica. Uma cópia de “Primeiros Passos” enfeita a parede de seu consultório há décadas.

Erich Miners e Socorro Araújo. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

[2018] Vertov, a loja fundada em um antigo apartamento e que redescobre o conceito de livraria

Uma livraria sem vitrine, sem balcão de caixa. Tirando as estantes repletas do teto aos pés, nada mais se parece com a atual ideia que se tem de uma livraria. Até a placa é discreta: dependurada sob a marquise, dá a impressão de que é um pouco maior que uma folha A4. Sem luzes. Subindo os dois lances de escada até o primeiro andar, adentra-se em um corredor com duas portas: uma para o Espaço Cultural Mulher, Trabalho e Memória e a livraria Vertov. Apesar de não estar ao rés do chão, a livraria funciona em horário comercial, de segunda a sexta-feira. É só entrar.
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Goura Nataraj, fotografado por Brunno Covello/Gazeta do Povo

[2015] Um iogue contestador em ação

Ele já trepidava pelas vielas da adolescência, quando a busca por um sentido é urgente. Enveredou-se pelo contrafluxo. Trazia em si, desde o berço, a introspecção e uma natureza contemplativa que lhe definem bem à primeira vista. Mas quem o conhece se incomoda se o descrevem com a cabeça nas nuvens. Goura não é sempre zen, tampouco um iogue otimista movido a filosofia barata. É, em certa medida, um rapaz cuja ponderação, auto-controle e diplomacia fazem queixos cair. Muitos o descrevem como uma pessoa iluminada, um sábio da urbe que trabalha bem intermediando conflitos e opiniões contrárias. “Não sei se quero ter esse papel de conciliador. Eu quero simplesmente ser, agir. Compartilho de uma visão schopenhauriana: o mundo é o caos. É violento, é feio, é horrível, na verdade. A gente pode aumentar essa feiúra e os conflitos ou a gente pode ter um papel de buscar sínteses e harmonizações”, resume.
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Mr. Orkester, fotografado por Stig Jarnes

[2013] No compasso do viajante

A única formalidade que o norueguês Sebastian Uul se permite é fazer uma mesura, levantando o chapéu rapidamente, ao cumprimentar alguém. Endereço fixo, telefone ou horários marcados, nem pensar. Há cinco anos viajando “só por uma parte do mundo”, como gosta de frisar, o homem-banda Mr. Orkester passou por Curitiba em janeiro [de 2013] e fez do calçadão da Rua XV de Novembro seu palco por uma semana.
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O padeiro Bernard Lamarque, fotografado por Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

[2014] Ciclista, padeiro e professor

Bernard chegou ao Brasil pelo Rio de Janeiro, com sua bicicleta de carga dinamarquesa embalada em uma caixa de papelão. Não poupou mímicas para demonstrar a reação na alfândega e as dimensões do pacote: “Ooh la la! Un grand carton, o que será? Une geladeirra?”.
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Lama psicodálica, por Isabella Lanave

[2015] O Psicodália só floresce com chuva

Das certezas que se tem ao comprar o ingresso para o Psicodália, uma delas é de que choverá pelo menos um dia. É a primeira confirmação do festival; vem antes mesmo da afirmativa dos piratas do Confraria da Costa. Na 18ª edição do evento, entre os dias 13 e 18 de fevereiro, ela veio sob a forma de chuvisco. Indecisa, contínua, bagunceira. Encharcou os gramados e os cabelos daquelas 7 mil pessoas pouco a pouco, acumulou-se sobre as lonas que protegiam as tendas e agarrou-se ao máximo à crina da Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho (SC).
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Mercado Municipal de Curitiba clicado por Letícia Akemi/Gazeta do Povo

[2015] Os corredores do cinquentão Mercado Municipal

Se fosse para escolher apenas um ponto turístico para apresentar a um gourmet novato em Curitiba, no mês de aniversário da cidade, o Mercado Municipal é sem dúvidas a opção completa. Dependendo por onde se entra — afinal, são 17 acessos espalhados pelas quatro ruas ao redor — ele se apresenta de um jeito. Os produtos mais frescos estão no miolo do primeiro andar e o aroma pode ser de fruta, de especiarias ou de frutos do mar. Por lá se anda rápido, guiado pelo cheiro maduro de manga, uva, papaya, ameixa, os olhos procurando o melhor preço.
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[2014] Narrativa de viagem: É preciso digerir Belém

Um igarapé em Belém. Foto minha, tirada com o celular.

Se chover, o belenense se mete por dentro do Ver-o-Peso, experimentando as farinhas e camarões salgados sem pudor. “Deixar eu dar uma prova”, anuncia, enchendo uma das mãos. Se a farinha de Bragança (amarelo clara, graúda e dura), por exemplo, estiver mole, cospe tudo no chão com estardalhaço e seguem para a próxima saca. Aponta para a farinha d’água e solicita: “Essa tá boa, mano. Me dá meio litro”. O feirante, com uma caneca em punho, mede de olho, despeja o conteúdo em um saco plástico e entrega ao cliente. “Dois reais”, cobra o feirante, para em seguida se acocorocar ou sentar em uma velha cadeira de praia e olhar a chuva desenhar no rio. Não há necessidades de balanças, e sim de mandioca.
Leia aqui. Este texto foi publicado posteriormente no jornal Relevo.

Alexandre e Arthur Saredi, respectivamente filho e pai, do Chalet Suisse. Foto de Daniel Castellano/Gazeta do Povo

[2013] O ano dos aniversários “redondos”

São histórias curtas sobre cinco restaurantes de Curitiba: Padaria América, Île de France, Madalosso, Confeitaria Lancaster e Chalet Suisse. Abaixo, um trecho sobre o restaurante Madalosso, que completou 50 anos em 2013.
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RESENHAS

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Flávia Schiochet

jornalista com pós-graduação em jornalismo literário. mestre em turismo. repórter de gastronomia e comportamento.